ATA DA DÉCIMA TERCEIRA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 06-12-2004.

 

 


Aos seis dias do mês de dezembro de dois mil e quatro, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quinze horas e quarenta e seis minutos, foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Beto Moesch, Cassiá Carpes, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Margarete Moraes, Maria Celeste, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Professor Garcia, Raul Carrion e Renato Guimarães. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Elias Vidal, Ervino Besson, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, Luiz Braz, Maristela Maffei, Reginaldo Pujol, Valdir Caetano e Wilton Araújo. Constatada a existência de quórum, a Senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram, em 3ª Sessão, os Projetos de Lei Complementar do Executivo nos 005, 006/04, este discutido pelos Vereadores Professor Garcia e Raul Carrion, e 007/04, discutido pelo Vereador Raul Carrion, o Projeto de Lei do Executivo nº 055/04, o Projeto de Resolução nº 118/04, o Projeto de Lei do Legislativo no 232/04. Também, durante o período de Pauta, manifestou-se a Vereadora Maria Celeste e o Vereador Renato Guimarães. Após, em face de Questões de Ordem formuladas pelos Vereadores Reginaldo Pujol e Cláudio Sebenelo, a Senhora Presidenta prestou esclarecimentos acerca da ordem dos trabalhos da presente Sessão. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Às quinze horas e cinqüenta e um minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e cinqüenta e oito minutos, constatada a existência de quórum. Em continuidade, foi aprovado Requerimento verbal de autoria da Vereadora Maria Celeste, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante da Ordem do Dia. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados os Projetos de Lei do Legislativo nos 468/03, 203 e 207/04 e os Projetos de Resolução nos 101 e 109/04. A seguir, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Dr. Goulart, Vice-Líder da Bancada do PDT, solicitando, nos termos do artigo 218, § 6º, do Regimento, Licença para Tratamento de Saúde para o Vereador Ervino Besson, no dia de hoje, tendo a Senhora Presidenta declarado empossado na vereança o Suplente Mário Fraga, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Resolução nº 112/04. Durante a apreciação do Projeto de Resolução nº 112/04, a Vereadora Margarete Moraes afastou-se da Presidência dos trabalhos, nos termos do artigo 22 do Regimento. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados os Projetos de Lei do Executivo no 024/04, com a Emenda nº 01 a ele aposta, e o Projeto de Lei do Executivo nº 029/04. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 194/04, por dez votos SIM e oito ABSTENÇÕES, após ser discutido pelos Vereadores Renato Guimarães e Elói Guimarães, em votação nominal solicitada pelo Vereador Haroldo de Souza, tendo votado Sim os Vereadores Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Beto Moesch, Cláudio Sebenelo, Gerson Almeida, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Maria Celeste, Raul Carrion e Renato Guimarães e tendo optado pela Abstenção os Vereadores Cassiá Carpes, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, Mário Fraga e Wilton Araújo. Após, foi apregoada a Emenda nº 01, proposta pelo Vereador Pedro Américo Leal e assinada pelo Vereador Beto Moesch, Líder da Bancada do PP, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 123/04 (Processo nº 2801/04). Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 133/03, por quinze votos SIM e sete votos NÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Dr. Goulart, Gerson Almeida, Cláudio Sebenelo, Elói Guimarães, Professor Garcia e Isaac Ainhorn, em votação nominal solicitada pelo Vereador Isaac Ainhorn, tendo votado Sim os Vereadores Beto Moesch, Cassiá Carpes, Cláudio Sebenelo, Dr. Goulart, Elias Vidal, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Mário Fraga, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal e Wilton Araújo e Não os Vereadores Almerindo Filho, Guilherme Barbosa, Juarez Pinheiro, Maria Celeste, Professor Garcia, Raul Carrion e Renato Guimarães. Na ocasião, o Vereador Dr. Goulart formulou Requerimento verbal, solicitando a retirada de termos constantes na Exposição de Motivos do Projeto de Lei do Legislativo nº 133/03, tendo o mesmo sido indeferido pela Senhora Presidenta, nos termos do artigo 173, § 5º, do Regimento. Também, em face de Questão de Ordem formulada pelo Vereador Juarez Pinheiro, a Senhora Presidenta prestou esclarecimentos acerca da tramitação do Projeto de Lei do Legislativo nº 133/03. Em prosseguimento, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador João Antonio Dib, solicitando manifestação da Comissão de Constituição e Justiça quanto à legalidade do Decreto Municipal nº 14.732/04. Às dezessete horas e seis minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezessete horas e onze minutos, constatada a existência de quórum. A seguir, foi aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador Wilton Araújo, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 012/04. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi rejeitado o Projeto de Lei do Legislativo nº 103/04, por quinze votos SIM, cinco votos NÃO e duas ABSTENÇÕES, tendo votado Sim os Vereadores Beto Moesch, Cláudio Sebenelo, Dr. Goulart, Elias Vidal, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Mário Fraga, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol e Wilton Araújo, Não os Vereadores Aldacir Oliboni, Guilherme Barbosa, Juarez Pinheiro, Maria Celeste e Maristela Maffei e optado pela Abstenção os Vereadores Cassiá Carpes e Margarete Moraes, votação esta posteriormente declarada nula pela Senhora Presidenta. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 015/04, por dezessete votos SIM, sete votos NÃO e duas ABSTENÇÕES, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Beto Moesch, Isaac Ainhorn, Reginaldo Pujol, Guilherme Barbosa, Raul Carrion, Clênia Maranhão e Professor Garcia, tendo votado Sim os Vereadores Aldacir Oliboni, Dr. Goulart, Elias Vidal, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, Juarez Pinheiro, Margarete Moraes, Maria Celeste, Mário Fraga, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Professor Garcia, Raul Carrion, Reginaldo Pujol e Renato Guimarães, Não os Vereadores Beto Moesch, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Pedro Américo Leal e Wilton Araújo e optado pela Abstenção os Vereadores Cassiá Carpes e João Antonio Dib. Na ocasião, foi apregoada a Emenda nº 01, de autoria do Vereador Wilton Araújo, Líder da Bancada do PPS, ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 012/04 (Processo nº 3914/04). Em continuidade, em face da constatação de equívoco no registro dos votos de alguns Vereadores, a Senhora Presidenta declarou nula a votação do Projeto de Lei do Legislativo nº 103/04. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 263/03, o qual teve sua discussão adiada por duas Sessões, a Requerimento, aprovado, de autoria do Vereador Cláudio Sebenelo. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 164/04. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Resolução nº 110/04, por onze votos SIM, sete votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, Pedro Américo Leal, Cláudio Sebenelo, Margarete Moraes, Reginaldo Pujol, Isaac Ainhorn e Raul Carrion, em votação nominal solicitada pelo Vereador Cláudio Sebenelo, tendo votado Sim os Vereadores Aldacir Oliboni, Cláudio Sebenelo, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Isaac Ainhorn, Juarez Pinheiro, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela Maffei, Raul Carrion e Reginaldo Pujol, Não os Vereadores Beto Moesch, Dr. Goulart, Elias Vidal, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel e Pedro Américo Leal e optado pela Abstenção o Vereador Mário Fraga. Durante a apreciação do Projeto de Resolução nº 110/04, a Vereadora Margarete Moraes afastou-se da Presidência dos trabalhos, nos termos do artigo 22 do Regimento. Ainda durante a apreciação do Projeto de Resolução nº 110/04, os Vereadores Beto Moesch e João Bosco Vaz cederam seus tempos de discussão, respectivamente, ao Vereadores João Antonio Dib e Isaac Ainhorn. Em continuidade, o Vereador João Antonio Dib formulou Requerimento verbal, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando cópia do relatório de votação do Projeto de Resolução nº 110/04. Às dezoito horas e cinqüenta e oito minutos, constatada a inexistência de quórum, em verificação solicitada pelo Vereador Luiz Braz, a Senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pela Vereadora Margarete Moraes e pelos Vereadores João Carlos Nedel e Luiz Braz e secretariados pelo Vereador João Carlos Nedel. Do que eu, João Carlos Nedel, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pela Senhora Presidenta.

 

 

 


A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes – às 15h46min): Há quórum.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

3.ª SESSÃO

 

PROC. N.º 5510/04 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N.º 005/04, que cria o Conselho Municipal de Comunicação, oficializa a Conferência Municipal de Comunicação e dá outras providências.

 

PROC. N.º 5511/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 055/04, que oficializa a Feira de Antigüidades na Praça Daltro Filho aos sábados.

 

PROC. N.º 5516/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 118/04, de autoria dos Vereadores Professor Garcia, Guilherme Barbosa, João Antonio Dib e João Carlos Nedel, que denomina Domingos Spolidoro a Sala da Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do Mercosul (CEFOR) da Câmara Municipal de Porto Alegre.

 

PROC. N.º 5559/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 232/04, de autoria dos Vereadores Sofia Cavedon e Isaac Ainhorn, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Kurt Albert Goldberg.

 

PROC. N.º 5616/04 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N.º 006/04, que altera a redação da alínea “a” do art. 2o da Lei Complementar nº 409 de 13 de janeiro de 1998, alterada pela Lei Complementar nº 465 de 23 de agosto de 2001. (III Perimetral/inclui Rua Dona Teodora/bônus desapropriação)

 

PROC. N.º 5617/04 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N.º 007/04, que autoriza a alienação de imóveis do Município de Porto Alegre situadas no loteamento Porto Seco e dá outras providências.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): A Verª Maria Celeste está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, da mesma forma como na Sessão anterior, eu abro mão do período de Pauta para que possamos agilizar os trabalhos nesta 3ª Sessão de Pauta. Obrigada, Srª Presidenta.

(Não revisto pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. O Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Srª Presidenta, dentro do mesmo princípio mencionado pelos outros Vereadores, só quero, mais uma vez, chamar a atenção para a importância de agilizarmos a votação do Projeto de Lei Complementar do Executivo que trata da 3ª Perimetral, que inclui a Rua Dona Teodora - bônus desapropriação. Acho que isso é importante para a agilização da obra, porque a Cidade quer, o quanto antes, a conclusão da 3ª Perimetral.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Agradeço ao Ver. Professor Garcia. O Ver. Renato Guimarães está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Srª Presidente, também faço registro da Pauta e dou como ocupado o meu tempo. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. RAUL CARRION: Buscando também agilizar, nós queríamos somente chamar a atenção para dois Projetos: o PLCE nº 006/04, que trata da Perimetral, sobre a sua importância e urgência; e o PLCE nº 007/04, que autoriza a alienação de imóveis do Município no Loteamento Porto Seco, que também é de grande relevância. São dois Projetos importantes para os quais chamamos a atenção. Portanto, concluímos a nossa intervenção.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Eu tenho aqui uma folha onde não consta Ordem do Dia. Há alguma matéria específica na Ordem do Dia?

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Sim, conforme consta no espelho geral da Sessão entregue a todos os Vereadores, inclusive fiz esse alerta quando iniciamos as Sessões Extraordinárias, de que na terceira seria assim.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Correto, obrigado.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO (Questão de Ordem): Por gentileza, Srª Presidente, este Vereador poderia incluir um Projeto que está na discussão geral e votação da Ordem do Dia nesta Sessão Extraordinária?

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Sim, Vereador. Vamos primeiro verificar as presenças. Fica garantido o seu direito, depois nós vamos estabelecer a ordem de votação.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Perfeito. Obrigado.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

Solicito ao Ver. Cláudio Sebenelo que converse com a Verª Maria Celeste antes de ouvirmos o Requerimento sobre a ordem de votação.

Estão suspensos os trabalhos para que haja acordo entre os blocos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h51min.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes – às 15h58min): Estão reabertos os trabalhos. A Verª Maria Celeste está com a palavra.

 

A SRA. MARIA CELESTE (Requerimento): Srª Presidenta, acordamos a seguinte ordem de votação para o primeiro bloco: PLL nº 468/03, PLL nº 203/04, PLL nº 207/04, PR nº 101/04, PR nº 109/04, PR nº 112/04, PLE nº 024/04, PLE nº 029/04, PLL nº 194/04 e PLL nº 133/03. Logo a seguir a votação desses Projetos, pedimos à Mesa e aos Vereadores um esforço para que possamos votar alguns Títulos que precisam da presença de 22 Vereadores, quando, então, faremos um outro Requerimento. Obrigada.

(Não revisto pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em votação o Requerimento de autoria da Verª Maria Celeste. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N.º 6578/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 468/03, de autoria do Ver. Raul Carrion, que cria o capoeiródromo no Parque Farroupilha.

 

Parecer:

- da CCJ. Relator Ver. Nereu D’Avila: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 01-12-04.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em discussão o PLL nº 468/03. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO pela unanimidade dos presentes.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N.º 4893/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 203/04, de autoria do Ver. Pedro Américo Leal, que denomina Rua General Telmo de Oliveira Sant’Anna um logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro Partenon.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 06-12-04.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em discussão o PLL nº 203/04. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO pela unanimidade dos presentes.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N.º 5036/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 207/04, de autoria do Ver. Pedro Américo Leal, que denomina Praça Hercílio Ignácio Domingues um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Vila Conceição.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 06-12-04.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em discussão o PLL nº 207/04. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO pela unanimidade dos presentes.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N.º 3994/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 101/04, de autoria do Ver. Cassiá Carpes, que concede o título honorífico de Líder Comunitário ao Senhor Airton Lima Fraga.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Nereu D’Avila: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relatora Vera. Sofia Cavedon: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 06-12-04.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em discussão o PR nº 101/04. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. APROVADO pela unanimidade dos presentes.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N.º 4493/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 109/04, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que concede o troféu Honra ao Mérito ao Senhor Egydio Pedro Flach.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Nereu D’Avila: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Isaac Ainhorn: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

 - incluído na Ordem do Dia em 06-12-04.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em discussão o PR nº 109/04. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO pela unanimidade dos presentes.

O Ver. Ervino Besson solicita Licença para Tratamento de Saúde no período de 6 de dezembro de 2004.

 

(Obs.: Foi apregoado o Requerimento de Licença do Ver. Ervino Besson e dada posse ao Suplente, conforme consta na Ata.)

 

(O Ver. João Carlos Nedel assume a presidência dos trabalhos.)

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N.º 4971/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 112/04, de autoria da Vera Margarete Moraes, que concede o título honorífico de Líder Comunitária à Senhora Leci Soares Matos.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 06-12-04.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Em discussão o PR nº 112/04. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO pela unanimidade dos presentes.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N.º 3622/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 024/04, que revoga a Lei n.º 5.696, de 26 de dezembro de 1985, que declarou de utilidade pública a Sociedade Brasileira de Cultura – SBC. Com Emenda n.º 01.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relatora Ver.ª Maristela Maffei: pela aprovação do Projeto e da Emenda n.º 01;

- da CEFOR. Relator Ver. Professor Garcia: pela aprovação do Projeto e da Emenda n.º 01;

- da CECE. Relatora Vera. Sofia Cavedon: pela aprovação do Projeto e da Emenda n.º 01.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 06-12-04.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Em discussão o PLE nº 024/04. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO pela unanimidade dos presentes.

Em votação a Emenda nº 01 ao PLE nº 024/04. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA pela unanimidade dos presentes.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N.º 3790/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 029/04, que dá nova redação ao art. 1.º da Lei n.º 5.697, de 26 de dezembro de 1985, que declarou de utilidade pública a Sociedade Cultural e Beneficente Padre Reus.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relatora Ver.ª Helena Bonumá: pela aprovação do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. João Antonio Dib: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relatora Vera. Sofia Cavedon: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 06-12-04.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Em discussão o PLE nº 029/04. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO pela unanimidade dos presentes.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N.º 4432/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 194/04, de autoria do Ver. Renato Guimarães, que autoriza o Executivo Municipal a construir um monumento em homenagem à luta pela inclusão social e acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, na Praça Raymundo Scherer, no Bairro Jardim Botânico.

 

Parecer:

- da CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães: pela rejeição do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 02-12-04.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Em discussão o PLL nº 194/04. (Pausa.) O Ver. Renato Guimarães está com a palavra para discutir.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Ver. João Carlos Nedel, que preside nossos trabalhos, por solicitação da Verª Maria Celeste, venho à tribuna a fim de que possamos ter tempo para buscarmos acordo quanto ao procedimento dos trabalhos, aos Projetos a serem votados.

Eu já havia usado a tribuna no início da Sessão, esclarecendo que este Projeto, na realidade, é de autoria do Fórum Municipal de Pessoas Portadoras de Deficiência, que solicitou que encaminhássemos um pedido de autorização, para ficar em lei a necessidade de se constituir um monumento em homenagem à acessibilidade e à inclusão social de pessoas portadoras de deficiência. Nós encaminhamos os representantes do Fórum; um dos coordenadores do Fórum já esteve aqui conversando com as Lideranças, explicando a necessidade dessa matéria para consolidar aquele espaço, para consolidar a luta das pessoas portadoras de deficiência e também dos militantes desta área, dando transparência e visibilidade aos direitos das pessoas portadoras de deficiência.

É nesse sentido que fazemos o registro, Ver. João Carlos Nedel, da necessidade de estarmos votando com urgência este Projeto, que estava tramitando na Casa, mas, por solicitação dos integrantes do Fórum, pedimos urgência urgentíssima na sua votação, para que o Fórum possa, ainda dentro do mês de dezembro, realizar uma atividade, Ver. Juarez Pinheiro, no local do Fórum Municipal de Pessoas Portadoras de Deficiência. Eles nos solicitaram este encaminhamento, e nós explicamos aos militantes do Fórum que há uma polêmica nesta Casa em relação aos Projetos autorizativos, inclusive com posicionamentos de diversos Vereadores contrários ao que vale o instrumento do autorizativo. Mas eles acharam por bem fazer este registro, para que a Câmara de Vereadores - no apoio à demanda, no apoio à luta das pessoas portadoras de deficiência - pudesse fazer o registro da necessidade desse monumento e desse símbolo de acessibilidade no Município de Porto Alegre. Portanto, é esse o registro que gostaria de fazer.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para discutir o PLL nº 194/04.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Ver. João Carlos Nedel; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, o Ver. Renato Guimarães propõe um Projeto autorizativo que visa à construção de um monumento em homenagem à luta pela inclusão social e acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida na Praça Raymundo Scherer, no bairro Jardim Botânico.

Em primeiro lugar, o Projeto do Ver. Renato Guimarães enfrenta uma questão fundamental, ou seja, trata-se de um Projeto autorizativo, e, como tal, a Câmara e de resto a ordem jurídico-parlamentar brasileira desconhecem a figura do Projeto autorizativo. Nós temos, reiteradamente, nesta Casa, nos posicionado contrariamente aos Projetos autorizativos, porque se cria um direito aparente, ele não é eficaz e pode criar, à luz do governante, o privilégio de fazer ou não fazer. Se gostar da iniciativa e respaldar a ação do autor, o governante pode sancionar e, com a sanção, talvez - é uma discussão a fazer -, ele restauraria a competência teoricamente, ou não; se não gosta da iniciativa, se não afina com o autor da proposição, não sanciona. Nós estamos entregando, com os Projetos autorizativos, ao critério e ao arbítrio do administrador, entregamos ao administrador o privilégio às suas mãos, o arbítrio, etc. Por isso combatemos esse tipo de iniciativa, porque falta o que há de fundamental na Lei, no Projeto, que é exatamente a cogência, a coerção do ponto de vista da sua concretização.

Portanto, Ver. Renato Guimarães, nós queremos colocar aqui essa dificuldade, em que pese todo mérito da matéria, mas há essa dificuldade intransponível, a nosso juízo, que nós não devemos deixar evoluir na Casa, porque seria a mesma coisa - não comparando - que este Vereador entrar com um projeto de lei dizendo o seguinte: “Cumpra-se a bimestralidade; autorizo o Sr. Prefeito a cumprir a bimestralidade dos servidores públicos”.

 

O Sr. Renato Guimarães: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Elói, nós fizemos esse registro também na tribuna, esclarecemos ao Fórum Municipal de Entidades de Pessoas Portadoras de Deficiências que este Projeto é autorizativo e que caberia às articulações do Fórum, também, buscar apoio nos setores da Prefeitura que lidam com a matéria, para que houvesse êxito, pois foi feita uma solicitação, uma sinalização positiva da Câmara de Vereadores em relação ao assunto. O seu esclarecimento nós também fizemos questão de registrar às pessoas que representaram o Fórum de Pessoas Portadoras de Deficiências aqui na Casa.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Está claro. O Pedido de Providências devidamente bem elaborado - como é bem elaborado o Projeto do ponto de vista da sua substância, e não do ponto de vista da sua legalidade - haveria de encontrar no Prefeito Municipal a sensibilidade par atingir os objetivos que V. Exª pretende, por meio de instrumento, salvo melhor juízo, inadequado. Obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Cassiá Carpes, o PLL nº 194/04. (Pausa.) O Ver. Cassiá Carpes retira o pedido de votação nominal.

Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Haroldo de Souza, o PLL nº 194/04. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 10 votos SIM, 8 ABSTENÇÕES.

Apregoamos Emenda nº 01 ao PLL nº 123/04, de autoria do Ver. Pedro Américo Leal, ratificada pelo seu Líder, Ver. Beto Moesch. (Lê.) “Dá nova redação ao art. 1º do PLL nº 123/04, Processo nº 2801/04, nos seguintes termos: Art. 1º - Fica proibido, no Município, comercializar ou servir bebidas alcoólicas em bares ou similares localizados no interior dos estádios de futebol, em dias de realização de eventos, bem como num raio de até 200m (duzentos metros) desses locais. Justificativa de Plenário. Sala das Sessões, 6 de dezembro de 2004.”

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N.º 2722/03 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 133/03, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que institui o Dia da Dignidade do Trabalho em Saúde.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Carlos Pestana: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Elias Vidal: pela aprovação do Projeto;

- da COSMAM. Relator Ver. Sebastião Melo: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 04-08-04.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Em discussão o PLL nº 133/03. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) O Ver. Dr. Goulart está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. DR. GOULART: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, na sociedade, desde os seus primórdios, algumas pessoas se diferenciam em cuidar profundamente de outras pessoas. E aí posso falar do médico, que cuida de gente, na sua intimidade, da sua parte externa, da sua parte interna, da sua mente, dos seus temores, das suas dores, até do próprio motorista, que, na Saúde, pode transportar rapidamente uma pessoa porque conhece bem o seu mister e vai levá-la a um ponto em que poderá encontrar alívio para o seu sofrimento ou até a salvação da sua vida.

Mas os locais onde essas pessoas trabalham, as condições onde essas pessoas trabalham nem sempre são as melhores. E eu até diria: no serviço público, quase sempre não são as melhores. Se a gente vai num serviço público que mexe com bastante dinheiro, como é o caso do Tribunal de Contas da União, vemos o chão completamente forrado de mármore e as paredes todas lotadas de grandes e caríssimos quadros. Que bom que é assim! Mas por que no posto de saúde do SUS não pode ser assim? Por que no posto de saúde do SUS as pessoas têm de ganhar mal? Os médicos, os enfermeiros, os auxiliares, o serviço administrativo - por que têm de ganhar tão mal? E por que têm de trabalhar em condições tão ruins de saúde? Se formos em determinados postinhos dos arredores da cidade de Porto Alegre, no Humaitá ou em outras vilas, veremos como chega perto da indignidade o trabalho daquelas pessoas. E, quando essas pessoas querem reclamar, vem sobre elas o martelo imenso do Poder, não permitindo que essas coisas aconteçam. E aí, não quero dizer que seja de direita, de esquerda ou que seja tal e qual cor partidária, sempre que o Poder se instala, ele começa por controlar a Saúde. E começa por controlar os médicos, porque os médicos são uma parte intelectualizada da comunidade, que podem dizer “sim” ou “não”, que podem rebelar-se.

Acontece que, no dia 16 de abril de 2003, os médicos entraram em greve porque não estavam de acordo com a maneira como eram pagos, nem com a maneira como trabalhavam. Os médicos se indignaram e entraram em greve. Que ruim que os médicos entraram em greve, não era bem isso que a gente queria, porque serviço tão importante talvez não tenha de ter greve, mas, quando não tem greve, também não tem quem lhes defenda, porque, de repente, só a palavra de um Vereador na tribuna é pouco, e entraram em greve. O que fez o Poder na época? Foi ao Judiciário e pediu que tornasse ilegal a greve. E o Judiciário, bem “depressinha”, aceitou isso! E colocou, pasmem, uma situação jamais vista na história judicial de Porto Alegre: uma multa de 500 mil reais por dia para o Sindicato classista! Quinhentos mil reais! Nunca aconteceu isso na cidade de Porto Alegre, imaginando que os médicos são opulentos, que seu Sindicato é opulento, que a história antiga, quando os médicos enriqueciam, é verdadeira para agora, quando os médicos empobrecem sendo médicos da Previdência.

Então, peço aos meus Pares que anotem esse momento, esse momento trágico do pedido de dignidade dessa classe em Saúde e votem este Projeto marcando o dia 16 de abril de 2003. E, daqui para frente, sempre pensaremos nisso no dia 16 de abril de cada ano: Dia da Dignidade do Trabalho em Saúde. É necessário que a gente acuda os que nos acodem no momento que precisamos, mesmo que o Poder atrapalhe essa relação, mesmo que o Poder até tente evitar essa relação de compaixão entre homens e mulheres que conhecem o que fazem para aliviar o sofrimento do seu semelhante. Dia 16 de abril, senhores e senhoras, precisa ser o dia que aponta melhor dignidade ao serviço de Saúde. Peço os votos de todos os meus queridos Vereadores para mostrarmos que não passou ileso na cabeça das pessoas esse dia tão incômodo para a saúde de Porto Alegre. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

(A Verª. Margarete Moraes reassume a presidência dos trabalhos.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Gerson Almeida está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 133/03.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu queria chamar a atenção do Plenário de que há Projetos que podem ter uma extraordinária boa intenção, mas que podem também deixar o Parlamento Municipal no mínimo numa situação difícil. Caro Ver. Dr. Goulart, eu sei da sua intenção, é a melhor possível, mas, na sua Exposição de Motivos, há um trecho que diz que o Dia da Dignidade do Trabalho em Saúde, que é o que é instituído pelo seu Projeto, é o dia 16 de abril. O que aconteceu no dia 16 de abril? Aconteceu, segundo temos aqui ipsis litteris... Eu vou ler a Exposição de Motivos (Lê.): “... a Justiça acabou com a greve dos Médicos e Odontólogos Públicos, por um ato ditatorial e muito agressivo. Aliás, sem antecedentes na história judicial da Cidade, uma multa de quinhentos mil reais por dia.“ E por aí vai.

Senhoras e senhores, se nós entendermos - e o Parlamento votar - consagrar um “Dia da Dignidade”, seja para que setor ou categoria for, o dia em que a Justiça deliberou e decidiu, sob o ponto de vista da constitucionalidade brasileira, como um ato ditatorial, parece-me que o Parlamento passa a exacerbar aquilo que seja a sua boa, adequada e tradicional conduta, que é o que nós vimos na Cidade. Caro Ver. Dr. Goulart, o senhor é um lutador pelo debate da Saúde, uma coisa é fazer um desagravo, é registrar isso - bom, perfeito -, agora... Eu queria chamar a sua atenção, porque sei que o senhor é um Vereador atencioso, parece-me - apesar de que ninguém vota Exposição de Motivos - que o seu Projeto está íntima e umbilicalmente vinculado a essa data. Uma decisão judicial não pode ser caracterizada pelo Parlamento como ditatorial, ainda mais na Justiça sob a égide de um período democrático. Nós não estamos num regime de exceção.

Por isso, Vereador, quem sabe possamos adiar por uma ou duas Sessões a votação do seu Projeto, porque, para a dignidade do trabalho, há o Dia do Médico, há o Dia do Enfermeiro, há o dia de todos os servidores, há o 1º de Maio. É absolutamente necessário que possamos sempre lutar pela dignidade do trabalho, mas associar a dignidade do trabalho a uma decisão judicial e ainda caracterizá-la como ditatorial eu diria que é fora do nosso padrão. Eu sei que não é a sua intenção.

Eu quero registrar mais uma coisa, eu não estou nem entrando no mérito: as duas pautas - a pauta pública e a pauta efetiva que aquela greve originou. Eu não quero delegar ou legar para o futuro Governo uma camisa-de-força para uma área que é extremamente importante, e nós sabemos que, se continuarmos com a política de contrato de quarenta horas e trabalho de vinte; contrato de vinte, trabalho de dez ou cinco, vai ser muito difícil, efetivamente, transformarmos qualitativamente. Eu não quero nem entrar no mérito, porque não é esse o mérito, o seu Projeto não traz esse mérito. Agora, eu gostaria da sua atenção, da atenção do Ver. Sebenelo e daqueles outros Vereadores que tratam do tema da Saúde com pertinácia aqui no plenário. Acho que não seria a melhor maneira de vincular esse dia a um ato ditatorial da decisão de Justiça, porque situações como essa os outros futuros Governos assim como todos os Governos vivem constantemente, e a nós, do Executivo, cabe, mesmo discordando, encaminhar as decisões legais e judiciais.

Imagina se uma Bancada, base de um Governo, agora do próximo período, se deparar com uma greve, seja do serviço do lixo, ou de qualquer outro serviço essencial, caracterizada como ditatorial.

Na verdade, o meu encaminhamento é para uma reflexão, para que não votássemos o Projeto nessas condições. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. DR. GOULART (Requerimento): Srª Presidenta, eu queria fazer um Requerimento. A Exposição de Motivos foi assinada no ardor da guerra, no ardor do incômodo que foi aquela situação, então pediria que fosse retirada a expressão “ditatorial” e se mantivesse o resto do Projeto, uma vez que a Saúde precisa disso.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para encaminhar a votação do PLL n° 133/03.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Srª Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, é claro que qualquer corrigenda que aprimore o Projeto - este tipo de Projeto - vai ser absolutamente rejeitada, pela rigidez e pela pequenez do pensamento de que essas questões, por exemplo, como o Dia da Dignidade do Trabalho em Saúde, advêm de um litígio de toda uma Secretaria contra o seu Secretário, contra a arbitrariedade e contra o péssimo funcionamento e a péssima gestão da Secretaria da Saúde. Então, que esse dia seja marcado por algumas coisas que não são ditatoriais, mas que são muito sintomáticas, porque, quando um Juiz pune com a multa de 500 mil reais o Sindicato a cada dia que a greve se prolonga, realmente pode não ser ditatorial, mas há uma violência absolutamente weberiana do Estado, que se conhece nas conferências de Max Weber, onde ele diz: “O Estado se caracteriza pelo uso da força”.

E essa força coercitiva, indiscutivelmente, pode ser usada no sentido máximo da coerção contra uma das facções, quando um erro grave contra uma classe de servidores públicos que estava em greve não está no exame da greve, mas nas causas do exame da greve. Isso é que depois gerou um pedido de CPI da Saúde, que levou um ano para a Juíza dizer, Ver. Dr. Goulart, que estava muito bem orientado o processo, e ela escreveu, explicitamente, que não via absolutamente nada para não se continuar a CPI. Nós vemos apenas um fator: é que daqui a alguns dias termina a Legislatura, e esvai-se um esforço imenso no sentido, reto, direto, de prover a Cidade de alguma coisa que pudesse corrigir esse monstro criado da deformidade de um sistema de Saúde.

Aí, então, nós passamos a entender que a picuinha, a interpretação da expressão “ditatorial” até acho que não cabe, só que nós não estamos discutindo se a coisa é ditatorial ou não. Isso é um libelo contra a violência do Estado! E o Estado se caracteriza por ser violento! Pode ser ele capitalista ou comunista; pode ser ele de direita ou de esquerda, e essa violência do Estado se manifesta claramente, porque o único que pode ser violento juridicamente é o Estado! Ele pode, inclusive, interferir no corpo e na alma das pessoas! O Estado tem essa propriedade! Mas também ele feriu de morte a consciência de algumas pessoas e o inconsciente coletivo de Porto Alegre. É por isso - e só por isso - que nós hoje sabemos, Ver. Dr. Goulart, por que eles perderam a eleição! Sabe por quê? Um dos fatos é esse mesmo, ou seja, asfixiar uma classe inteira que tem liderança, que tem inclusive liderança comunitária, que é formadora de opinião, e quiseram pôr a forca, a corda no pescoço para que o silêncio do cemitério se abatesse e não viesse à tona a verdade! Mas a verdade, aos pouquinhos, veio, Vereador, e ela está vindo, ela vem pelas urnas! Ela vem, assim, nesse dia magnífico, que deve ser festejado como o Dia da Dignidade do Trabalho em Saúde. Meus parabéns!

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Eu quero alertar os Vereadores. O Regimento Interno da Câmara Municipal de Porto Alegre, art. 173, parágrafo com redação dada pela Resolução nº 1.414, de 30 de junho de 1999 diz (Lê.): “§ 5º - Iniciando o encaminhamento, não caberá: a) retirada da proposição principal, de substitutivo e de emendas; b) apresentação de emenda; c) apresentação de requerimentos de destaque, adiamento e retirada de urgência”. Portanto, está indeferido o Requerimento apresentado pelo Ver. Dr. Goulart.

O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 133/03.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Srª Presidenta, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, eu acho que o Ver. Gerson Almeida foi oportuno, companheiro e conselheiro quando chamou a atenção para esse detalhe da Exposição de Motivos. A verdade é que não se vota a Exposição de Motivos, mas ela integra, sim, o Processo. Por outro lado, conversando com o Ver. Dr. Goulart, ele foi de uma sinceridade extrema, dizendo que jamais seria pensamento seu qualquer agravo, mormente dessa ordem, ao Poder Judiciário, à Justiça.

Como não há como emendar a Exposição de Motivos, e, por outro lado, não há como emendar o Projeto, porque ele não trata da questão aqui levantada, eu sugeri a S. Exª liberar o Plenário para que este possa votar - ato contínuo, ele entra com novo Projeto. Evidentemente, como não dá para votar este ano, ele vota imediatamente no ano que vem. Não precisa ficar com algo assente no seu Projeto.

Evidentemente, é um direito do Vereador discordar da Justiça, por achar que a Justiça, nesse aspecto, do ponto de vista da sua visão, deixou a desejar como decisão, mas não com essa força estabelecida na Exposição de Motivos. Isso não está dentro da vontade, do objetivo do Vereador.

O processo é público. O Dia da Dignidade do Trabalho em Saúde é matéria pública, e qualquer pessoa terá acesso ao Processo, aos autos. Como disse o Ver. Gerson Almeida, ao chamar a atenção, é extremamente duro, porque, bem ou mal, nós vivemos uma democracia, e a Justiça faz parte dessa democracia. Eu acho que, nesse caso específico, não há outro remédio senão este, Ver. Gerson Almeida e Ver. Dr. Goulart, para preservar algo que não transita em julgado: liberarem-se os Vereadores, e, logo em seguida, ele entra com um Projeto que, amanhã ou no ano que vem, ele termina aprovando sem carregar exatamente o que ele coloca na Exposição de Motivos, porque não corresponde a sua vontade. Portanto, nesse sentido é que eu encaminho essa matéria, na tentativa de se dar uma solução do ponto de vista técnico e legal possível nas circunstâncias atuais. Obrigado, Srª Presidenta.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Presidenta, subsidiados pelos argumentos brilhantemente expendidos pelo Ver. Elói Guimarães, Procurador do Município e Vereador dos mais antigos desta Casa, se nós soubermos interpretá-los, veremos que o que o Vereador disse - ao menos essa é a minha interpretação - é que a iniciativa fere o art. 2º da Lei Orgânica, o art. 2º da Carta Federal e o art. 2º da Carta Estadual, porque, na verdade, fere o princípio da harmonia entre os Poderes. Nesse sentido, eu consulto a Presidenta se esse vício não fere de morte essa iniciativa e se ela não deve ser escoimada da Ordem do Dia. Essa é a Questão de Ordem, Presidenta.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Sobre a Questão de Ordem do Ver. Juarez Pinheiro, eu vou consultar a Diretoria Legislativa.

O Ver. Professor Garcia está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 133/03.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Srª Presidenta, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, li atentamente o Projeto do Ver. Dr. Goulart que institui o Dia da Dignidade do Trabalho em Saúde, e, na sua Justificativa, ele coloca que acabou a greve dos médicos odontólogos públicos por um ato ditatorial. Eu faço parte, como membro, do Conselho Federal de Educação Física, Ver. Dr. Goulart, represento-o na Comissão Nacional de Saúde dos Conselhos Federais. E é importante salientar que a área da saúde hoje é composta por 14 cursos diferentes. Vou citá-los, talvez me esqueça de um ou outro: Medicina, Medicina Veterinária, Odontologia, Enfermagem, Farmácia, Educação Física, Fonoaudiologia, Nutrição, Fisioterapia, Terapia Educacional, Radiologia. Acho que praticamente citei todos. Então estaríamos limitando.

Eu concordo com sua indignação, mas é reduzir a discussão quando se coloca o Dia da Dignidade. Eu acho que o Dia da Dignidade nós temos que discutir em âmbito maior. Por exemplo, esta Casa ainda não discutiu a questão do ato médico. Nós temos que começar a fazer cada vez mais essa discussão da questão do ato médico. Nós temos que discutir isso. Então, quando se coloca a questão do Dia da Dignidade, este Vereador não tem como ser favorável a essa idéia.

 

(Palmas do Ver. Cláudio Sebenelo.)

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Mais um médico colocando o seu protesto. Acho que é importante. Por isso nós temos que discutir aqui a questão do ato médico. V. Exª coloca duas categorias, e eu volto a dizer que hoje são 14. E sabe quantos profissionais englobam as 14 categorias? Mais de quatro milhões de profissionais em todo o Brasil. Isso tem de ser muito bem colocado, porque nós não podemos trabalhar em cima de um determinado momento em que alguns Vereadores quiseram, sim, uma CPI, e essa não aconteceu, seja qual for o motivo. Então, eu acho que essas coisas têm de ter momento calmo, decantação, devemos tentar fazer, sim, uma discussão política do fato em si. Respeito a sua posição, mas, em nome do PSB, nós encaminhamos contrariamente.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 133/03.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Srª Presidente, Srs. Vereadores, certamente os grandes articuladores, os grandes idealizadores, lutadores da causa pelo socialismo, independentemente da sua qualificação, Ver. Professor Garcia, se ruborizariam frente à sua manifestação de plenário. Ficariam efetivamente ruborizados, porque, Vereador, um homem que representa a trajetória da história do socialismo moderno em nosso País não poderia, por pior que estivesse construído o processo legislativo do Projeto que institui o Dia da Dignidade do Trabalho em Saúde, comparecer a esta tribuna e se contrapor a este Projeto, Vereador! Não foi um dia feliz de V. Exª, porque todos são cientes, conhecedores da problemática da Saúde em nossa Cidade. É, é verdade, sim, Ver. Professor Garcia, o Projeto tem, sim, natureza política, mas só não vê quem tem aquele ranço contra a política e os políticos. E nós somos uma Casa política. Se nós, por menor que seja o Projeto, neste momento, rejeitarmos o Projeto que institui o Dia da Dignidade do Trabalho da Saúde, estaremos fazendo uma afronta àqueles que, no dia-a-dia, comparecem aos postos de saúde, comparecem aos hospitais e não têm o necessário atendimento.

Certamente um dia, este Projeto talvez seja inócuo, Ver. Dr. Goulart, porque eu sou homem de esperanças e, como um homem de esperanças, tenho a convicção de que um dia chegaremos à realidade plena do princípio constitucional de que todos têm direito à Saúde e que isso é um dever do Estado. Um dia, chegaremos lá. Esse é o plano ideal, essa é a colocação axiológica, essa é a colocação do dever ser, presente na Constituição Federal.

Mas, se a CPI da Saúde, que foi cassada - por problema formal maior ou menor que seja - na cidade de Porto Alegre, que foi impedida de prosseguir nas suas investigações para determinar as causas que levaram à problemática da Saúde e ao não-atendimento dos pacientes e dos que morrem nas filas dos hospitais, Ver. Professor Garcia, tivesse sido instalada, certamente esse Projeto não precisaria nem do seu, nem do meu voto. E a Lei seria inócua, só serviria, Vereador, para lembrança nos registros da história que um dia, na cidade de Porto Alegre, houve uma séria problemática na área da Saúde e que o Estado era ineficiente em assegurar o princípio constitucional, Ver. Juarez Pinheiro, de que a saúde é dever do Estado e direito de todos.

Eu não vou entrar, frente ao problema da Saúde - Ver. Juarez Pinheiro, a quem eu tenho o maior respeito e estima pela capacidade no debate parlamentar -, em picuinha, se o art. 2º da Constituição Federal diz isso ou aquilo. Estou frente a um Projeto simples, mas que quer marcar uma posição política, sim. E me surpreende um Vereador socialista, neste momento, se contrapor a uma marcação política de um problema, por compromissos políticos. Ah, os compromissos políticos! São esses, rigorosamente, que levam, muitas vezes, à ineficiência dos comparecimentos e da própria dignidade. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Ver. Juarez Pinheiro, respondendo ao seu Requerimento, consultada a Diretoria Legislativa em relação aos procedimentos desta Presidência, devo dizer-lhe que estamos em fase de encaminhamentos, e nessa fase não cabe nenhum recurso. Só me cabe colocar este Projeto em votação. Qualquer contrariedade poderá ser encaminhada, por meio de recurso, por escrito, à CCJ.

Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Isaac Ainhorn, o PLL nº 133/03. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 15 votos SIM, 7 votos NÃO.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Srª Presidenta, estou encaminhando a V. Exª o seguinte Requerimento (Lê.): “Requeiro a Vossa Excelência, nos termos regimentais, seja ouvida a Comissão de Constituição e Justiça quanto à legalidade do Decreto 14.732, de 1º de dezembro corrente (cópia anexa), que ‘Estabelece os valores do metro quadrado para terrenos e construções, o valor da UFM e dá outras providências’, em especial quanto ao seu art. 4º, em razão do estabelecido no art. 113 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre que determina, entre outras disposições, que a concessão de benefício ou incentivo que envolva matéria tributária dependerá de lei aprovada por maioria absoluta.” Pela importância do fato, eu gostaria que V. Exª colocasse em votação agora se vai ou não à Comissão de Constituição e Justiça.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Ver. João Antonio Dib, nós vamos protocolizar o seu Requerimento imediatamente; depois a DL o passará às Lideranças, para ser priorizado na próxima votação.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 17h06min.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes – às 17h11min): Estão reabertos os trabalhos.

 

O SR. WILTON ARAÚJO (Requerimento): Srª Presidenta, há consenso entre as Lideranças para a seguinte ordem de votação: PLE nº 012/04; PLL nº 103/04; PLE nº 015/04; PLL nº 263/03; PLL nº 273/03; PLL nº 164/04; PR nº 110/04 e PLCL nº 012/04.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Atenção Vereadores e Vereadoras, eu solicito que o Ver. Wilton Araújo confirme os números. O Vereador apresentou Requerimento para que a ordem de votação seja: PLE nº 012/04; PLL nº 103/04; PLE nº 015/04; PLL nº 263/03; PLL nº 273/03; PLL nº 164/04; PR nº 110/04 e PLCL nº 012/04.

 

O SR. WILTON ARAÚJO: Correto!

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em votação o Requerimento apresentado pelo Ver. Wilton Araújo. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO pela unanimidade dos presentes.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N.º 2264/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 012/04, que altera as redações do art. 1.º, “caput”, do art. 4.º, incluindo parágrafos, bem como dá nova redação ao art. 5.º, todos da Lei n.º 9.194, de 08 de agosto de 2003, e dá outras providências. (desafetação passagem pedestre/juros e correção monetária)

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. Guilherme Barbosa: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Pedro Américo Leal: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 25-11-04.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em discussão o PLE nº 012/04. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO pela unanimidade dos presentes.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N.º 2308/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 103/04, de autoria do Ver. Cláudio Sebenelo, que altera a denominação do logradouro público cadastrado, conhecido como Praça Dr. Quintino Bocaiúva, localizado no Bairro Chácara das Pedras, para Praça Dr. Celso Pedro Luft.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relatora Ver.ª Helena Bonumá: pela rejeição do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Valdir Caetano: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Isaac Ainhorn: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA – art. 82, § 2.o, IV, da LOM;

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em discussão o PLL nº 103/04. (Pausa.) Em votação nominal. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO por 15 votos SIM, 5 votos NÃO, 2 ABSTENÇÕES.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N.º 2371/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 015/04, autoriza a alienação do próprio municipal localizado na Rua São Francisco - fundos do n.º 421, aos lindeiros Elmo Eletro Montagens e Condomínio Edifício Dom Ricardo.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. Guilherme Barbosa: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Valdir Caetano: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável de maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1.º, VIII, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 25-11-04.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em discussão o PLE nº 015/04. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) O Ver. Beto Moesch está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. BETO MOESCH: Srª Presidenta, nós estamos acelerando demais os Processos, este Processo aqui teria de ser discutido pela Câmara e não está sendo discutido; eu queria discutir o Projeto e não consegui, só estou conseguindo encaminhar.

Nós estamos retirando uma área verde da Cidade, mais uma! Isso é inadmissível! Esta Casa não pode deturpar o urbanismo! Nós teríamos de, no mínimo, discutir este Projeto, ele não passou pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente, houve um erro desta Casa. E sequer discutir o Projeto esta Casa está conseguindo, está mal e mal conseguindo encaminhar. Não é assim que se trabalha no Poder Legislativo. Eu quero dizer que estão autorizando a alienação de um próprio municipal que era para ser área verde. Então é assim que o Poder Legislativo vai atuar? A Diretoria Legislativa não entrega o Projeto à Comissão de Saúde e Meio Ambiente, e a Presidência quer acelerar o processo não nos deixando discutir o Projeto, apenas encaminhá-lo. Pois encaminhamos pela rejeição deste Projeto, pelo bem da Cidade. Não é assim que se trabalha uma Cidade, o Executivo está atropelando os fatos, e agora o próprio Legislativo quer atropelar. Isso é uma aberração jurídica, porque toda área verde a ser alienada tem de ser compensada por outra, isso é jurisprudencial, isso é da doutrina, área verde tem de ser compensada por outra, Dr. Isaac Ainhorn.

Pois este Projeto permite que os lindeiros possam adquirir área gravada no Plano Diretor como área verde, Verª Clênia Maranhão. Então, o novo Governo Fogaça vai permitir isso? Nós estamos retirando áreas da comunidade. Poderíamos fazer isso, Ver. Sebenelo, compensando com outra área. Mas o Projeto, Ver. Isaac Ainhorn, não traz outra área, o próprio Ministério das Cidades é contrário a esse tipo de alienação.

Então, lamentamos, não é assim que se trabalha; lamento profundamente que o Executivo apresente uma alienação de uma área verde que pertence à comunidade, que está gravada como tal no Plano Diretor, sem compensação de outra área para comunidade. Nós estamos retirando área da comunidade, privatizando-a, Ver. Raul Carrion, isso é política neoliberal traçada pelo seu Governo.

E mais: se fosse para alienar, que viesse com uma compensação de outra área. Mais: a Diretoria Legislativa deveria enviar este Projeto à Comissão de Saúde e Meio Ambiente, e a Presidência deveria garantir a sua discussão e não apenas o encaminhamento! Lamentável! Encaminho contra este Projeto, que é uma aberração jurídica e urbanística na cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Antes de passar a palavra ao Ver. Isaac Ainhorn, eu quero dizer ao Ver. Beto Moesch que eu não aceito nenhum tipo de insinuação de ter acelerado este processo de votação. Não aceito da sua parte, V. Exª foi muito infeliz na sua manifestação! Quero dizer que li todas as informações a respeito do Projeto, coloquei em discussão, olhei para todos os Vereadores, ninguém se dispôs a discutir, então coloquei em votação para encaminhar! Fiz todo o procedimento normal que faço sempre! Se V. Exª não ouviu ou não leu, eu não posso responder por V. Exª. O Ver. Beto não tem a menor educação parlamentar, eu peço que V. Exª se acalme e tenha delicadeza, tenha educação, porque V. Exª não está tendo! Não está calmo, está com a mão alta.

(Manifestação do Ver. Beto Moesch fora do microfone. Inaudível.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para encaminhar a votação do PLE nº 015/04.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Srª Presidente, examinando os autos deste Projeto do Poder Executivo, eu acho que tem de haver uma política, de todo cuidado, sobretudo em relação às chamadas áreas verdes, mas devemos compreender as circunstâncias em que essa área está situada. Em primeiro lugar, nós não vamos fazer aqui um comício em defesa de uma área de 178 metros quadrados; talvez eu possa até reconhecer do ponto de vista técnico e jurídico que este Processo deveria passar pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente, mas tem de se ter presente que é um imóvel lindeiro, é fundos de um imóvel localizado na Rua São Francisco, um imóvel cuja dimensão é 178 metros quadrados. E mais alguns detalhes que devem ser considerados foram objeto de exame da Procuradoria da Casa, foi examinado pela Consultoria da Casa, e a proposição foi tida como sem impedimentos jurídicos, de ordem jurídica, pela sua tramitação.

De outra parte, ele vem aí - é importante - com três Pareceres, Ver. Beto Moesch, e eu, naquele momento, apenas queria ter a vista imediata do Processo para sentir a dimensão. Porque há uma questão tradicional aqui nesta Casa, Ver. Beto Moesch: quando um projeto tem essas circunstâncias polêmicas, é natural que, aos Vereadores que tenham interesse em examinar os autos, quem está na tribuna, imediatamente - quando não está o citando - o ceda, e o trato respeitoso deve ser uma circunstância comum e natural dentro da Casa, entre colegas Vereadores, por mais que haja polêmicas e questões de discordância e divergência em relação a um projeto de lei. Não é verdade, Ver. Haroldo de Souza? E aqui é muito importante registrar a manifestação do Presidente da Comissão de Constituição e Justiça, cujo Parecer teve votos das Vereadoras Maristela Maffei, Helena Bonumá e do Ver. Luiz Braz.

Diz o Parecer da Comissão de Constituição e Justiça: “O imóvel estava destinado pelo Plano Diretor anterior com previsão de reserva de área verde, que foi suprimida em face da realidade atual. Mostrou-se inviável para o aproveitamento como equipamento comunitário e/ou urbano. Resolução nº 1785, de 1998, do anterior Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano. Assim, o bem é de categoria dominial, isto é, patrimônio disponível da administração”. Eu não diria que ele é dominial, mas poderá ser dominial.

Acho até que, rigorosamente, a ponderação do Ver. Beto Moesch, no momento adequado, no momento processual adequado, seria pertinente: a ouvida da Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Casa. Aliás, é de se recomendar o maior cuidado em relação aos projetos que tramitam e às Comissões que devem se manifestar sobre o projeto. É verdade! Acho que assiste razão ao Ver. Beto Moesch em pedir o Parecer, o Relatório da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, mas não mais no momento processual em que nos encontramos. Aqui há duas situações somente: ou V. Exª tenta adiar a votação do Projeto no sentido de que o Executivo retire o Projeto, com a suspensão da votação, e a concordância que terá para retirar o Projeto - de 17 Vereadores -, sem o que ele sequer pode ser retirado da Ordem do Dia. É o meu parecer, não tenho a convicção de que se o Executivo só pedisse, poderia. Portanto, na hora do encaminhamento, como é o caso aqui, não é mais possível a retirada do Projeto. Ou esta Casa rejeita o Projeto ou o aprova. Particularmente, pelo Parecer do Ver. Pujol, aprovado na Comissão de Justiça, eu e a minha Bancada entendemos votar a favor do presente Projeto de Lei. Obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação do PLE nº 015/04.

A Mesa apregoa a Emenda nº 01 aposta ao PLCL nº 012/04. (Lê.) “Altera-se no art. 1º do Processo nº 3914, PLCL nº 012/04, a redação proposta para o art. 21 da Lei Complementar nº 197, de 21 de março de 1989, o qual passa a vigorar conforme o que segue: ‘Art. 21º - O Imposto será pago em 10 (dez) parcelas mensais e consecutivas, corrigidos pela UFM (Unidade Fiscal do Município), sendo que o pagamento da 1ª parcela ocorrerá: [...]’ Sala das Sessões, 6 de dezembro de 2004”.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Srª Presidenta, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, eu confesso que cheguei a me assustar quando ouvi a manifestação do Ver. Beto Moesch a respeito deste Projeto de Lei, o qual eu tinha dado Parecer favorável na Comissão de Constituição e Justiça.

É claro que nós estamos respaldados por aspectos legais que foram evidentemente analisados quando da situação. Mais do que isso, nós conhecemos essa área - a área da Rua São Francisco - e sabemos o que acontece naquele local. E não é a primeira nesga de terra, porque nós estamos falando de um imóvel que nada mais é, Ver. Haroldo de Souza, do que uma nesga de terra de 178 metros quadrados, incrustado dentro de uma área já ocupada dentro do quarteirão que, evidentemente, hoje, serve até de refúgio para outras situações. Há muito tempo, predominava no Município a idéia que se mostrou inviável de se fazer áreas verdes dentro dos núcleos, tendo sido superada pelo atual Plano. Antes do atual Plano entrar em vigor, o antigo Conselho Municipal do Plano Diretor, em 1998, entendeu que era inviável fazer naquele local uma área verde, até porque quem conhece a área sabe que a topografia não recomenda que se cogite essa possibilidade.

Então, eu quero deixar muito claro que não existe nenhuma ilegalidade. Hoje, quando me consultaram se podiam colocar este Projeto nas novas matérias a serem votadas, eu respondi afirmativamente, positivamente, porque eu analiso os projetos que chegam na minha mão na Comissão de Constituição e Justiça, e não dou Parecer gracioso. Basta que se veja o Expediente administrativo que acompanha este Projeto, que tem todos esses esclarecimentos.

Eu quero dizer mais: nessa área, na Rua São Francisco - eu tenho visitado as áreas para confirmar as coisas que tenho pensado, que eu tenho afirmado -, é absolutamente impraticável, sob o ponto de vista material, fazer-se área verde. E o Conselho do Plano Diretor em 1998, seis anos passados, Ver. Barbosa, reconheceu esse fato. A matéria já chegou aqui para nós tardiamente; há mais tempo já devia ter sido dada essa solução. Porque, se não ocorrer solução dessa forma, com alienação para lindeiros, como estabelece a lei, nós teremos dois riscos: ou as áreas serão ocupadas - e em muitos casos já estão ocupadas pelos lindeiros, que para se proteger ocupam essas áreas -, ou então elas se transformam, invariavelmente, em local de outras práticas, que não a sonhada prática de uma área de lazer numa área verde. Não é área verde que aí ocorre, é ocupação absolutamente contrária ao interesse social que se registra nessas áreas. E eu não preciso dizer que práticas são essas, a Cidade inteira sabe o que ocorre nesses pequenos locais que se sonhou, um dia, que pudessem ser ocupados com área verde, os quais, em verdade, se mostram desaconselháveis, com o que tinha acontecido.

Por isso, Verª Margarete, eu não me inscrevi para discutir esta matéria, porque para mim não era passível de discussão. Os Pareceres que ocorreram aqui foram todos eles no sentido da aprovação. Havia uma concordância entre o que o Ver. Guilherme Barbosa escreveu, o que nós escrevemos no nosso Parecer com o que, depois, foi escrito pelo Ver. Valdir Caetano. Todos os Pareceres são favoráveis, todos os votos são unânimes, não há um voto discordante. Então, ver nisso uma tentativa de usurpar da cidade de Porto Alegre uma área verde é um exagero, que eu acho que é bom que se esclareça desta tribuna. Nenhuma área verde está sendo atingida, Verª Clênia, neste momento. Nenhuma área verde está sendo atingida. Essa área que se previu como possível área verde transformou-se em bem dominial, e, como tal, manda a lei que se aliene para os lindeiros, porque ela, isoladamente, não serve para nada; essa área só pode complementar as edificações ali existentes, é do interesse da comunidade, inclusive de um condomínio inteiro, tradicional, da Rua São Francisco, que assim o quer.

Por isso eu recomendo este Projeto com toda a tranqüilidade, é um Projeto que não fere o interesse do Município, muito antes pelo contrário, consulta os interesses da sociedade, consulta os interesses do bairro Santana e merece ser aprovado, até lamento que tenha decorrido tanto tempo para ter chegado ao Plenário, no momento em que agora chega, com a possibilidade de ser aprovado. Era essa a nossa posição.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para encaminhar a votação do PLE nº 015/04.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Srª Presidenta, colegas Vereadoras, Vereadores, demais pessoas que nos acompanham, creio que depois da manifestação do Ver. Reginaldo Pujol, que analisou o Projeto no âmbito da Comissão de Constituição e Justiça e foi o seu parecerista, rigorosamente não precisaria mais esta intervenção de encaminhamento pela nossa Bancada. Foi feita, na verdade, uma manifestação aqui, tentando criar um conflito que, absolutamente, não existe. Trata-se de uma área de 178 metros quadrados, entre edificações; portanto, uma pequena área que não poderia ser usar para mais nada, além da utilização pelos próprios lindeiros. Em segundo lugar, não é mais área verde; já foi área verde no antigo Plano Diretor. Mesmo assim, o antigo Conselho Municipal do Plano Diretor já havia modificado a utilização dessa área.

Portanto, colegas Vereadoras e Vereadores, reafirmando aqui o que foi dito pelo Ver. Reginaldo Pujol, quero dizer que as alegações feitas pelo Líder do Partido Progressista não têm base real nenhuma. O Projeto é bom, é correto, é uma área, hoje, absolutamente inútil, uma área que não teria outra utilização a não ser como legalmente e corretamente se está encaminhando: vendê-la para os lindeiros; porque, hoje, é um patrimônio do Município, que o Município não usa e nem poderia usar. A única possibilidade é a que está sendo feita aqui com base legal, oferecendo aos lindeiros; e foi aceita pelos lindeiros a sua compra. Repito: o Projeto foi analisado pela CCJ, por um Vereador experiente, um dos mais experientes desta Casa, o Ver. Reginaldo Pujol, que aqui, desta tribuna, encaminhou pela sua aprovação. Sendo assim, peço os votos dos colegas Vereadores para que se dê uma utilização adequada a uma área hoje que é inútil e que não poderá ser usada de outra forma. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para encaminhar a votação do PLE n° 015/04.

 

O SR. RAUL CARRION: Srª Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, todos que acompanham a Sessão, eu não poderia deixar de vir aqui, instado pelo Ver. Beto Moesch, que nominalmente nos imputou culpas terríveis, de que o Governo atual estaria com um projeto neoliberal - logo eu, que sou lutador contra o neoliberalismo. Preocupado, estudei novamente, Ver. Moesch, para ver se havia algum problema, e lamento dizer que V. Exª se equivocou completamente. V. Exª veio aqui e atacou o Governo do Prefeito João Verle, numa fúria denuncista abrangeu a todos que, de alguma forma, apóiam a Frente Popular.

Vamos aos fatos: é uma área de 27 metros de comprimento, por 6,6 metros de largura, encravada no meio de uma quadra com propriedades, sem qualquer possibilidade de ser aproveitada como área verde. Área que, já em 1998 - portanto há seis anos -, foi considerada inaproveitável para qualquer próprio municipal; foi retirada inclusive, suprimida como área verde. Era área verde no antigo Plano Diretor; não é mais. Considerada, portanto, domínio público e que deve ser, evidentemente, alienada para que, com esses recursos, possamos, quem sabe até, Ver. Pedro Américo Leal, criar outras praças e assim por diante.

Então, descabe, Ver. Moesch, o ataque de V. Exª à Verª Margarete Moraes, que cumpriu as obrigações de Presidenta, e a este Vereador, acusado de terríveis contubérnios com os neoliberais, assim como descabe o ataque ao Prefeito João Verle, ao Ver. Pujol, ao Ver. Guilherme e a todos os demais. Então, Ver. Moesch, eu espero que V. Exª estude o Processo, que está aqui desde abril de 2004. Vereador, existem três Sessões de pauta para todos os Projetos que passam por esta Casa. Esse Projeto adentrou em abril; nós estamos em dezembro. Três Sessões. Foi apresentado aqui, foi para as Comissões. Qualquer Vereador pode ir às Comissões. Então, eu espero que V. Exª vote apoiando este Projeto e retire as acusações terríveis que fez ao Projeto, a este Vereador, que é seu amigo, que ficou preocupadíssimo - isso pode até levar a perder alguns dias de vida; V. Exª sabe que as preocupações abreviam a vida -, são acusações sem qualquer fundamento. Contamos com o voto de V. Exª, Ver. Beto Moesch, e pedimos que, da próxima vez, seja mais ponderado. A ponderação faz parte do Parlamento, é uma necessidade. Não seja tão afoito na próxima. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para encaminhar a votação do PLE nº 015/04.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, estamos discutindo um Projeto de Lei...

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Verª Clênia, por favor, eu vou garantir o tempo de V. Exª. Solicito silêncio no plenário para que a Vereadora possa fazer a sua manifestação, por favor.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, estamos discutindo Projeto de Lei encaminhado pelo Executivo Municipal a esta Casa que solicita autorização e alienação de um próprio municipal. Portanto, a resposta deste Parlamento é decisiva para a possibilidade de venda desse imóvel. É fundamental que o nosso voto seja dado com a segurança e a absoluta compreensão deste Processo.

Tendo em vista que não houve discussão do Projeto pelo conjunto dos Vereadores - estamos apenas, neste momento, fazendo os encaminhamentos anteriores à votação - e surgindo neste Processo uma série de dúvidas e questionamentos ambientais trazidos a esta tribuna pelo Ver. Beto Moesch, eu acho importante que possamos minimizar essas dúvidas, porque o assunto é extremamente relevante para a qualidade de vida da Cidade. E a minha posição em relação a este Projeto, que deveria ser tratado como envolvendo uma área verde e que não foi assim grafada no último Plano Diretor, é de que deveria haver uma discussão, propiciando ao conjunto desta Casa a compreensão para que se defina o voto.

Eu acrescento a essa preocupação o fato de que o crescimento urbano das cidades normalmente se dá de uma forma a reduzir em muito as áreas verdes das cidades. Eu sinto que, no debate deste Projeto, considerando a impossibilidade de termos, evidentemente, discutido o Projeto, de termos passado imediatamente aos encaminhamentos, não deveríamos votar ao final da tarde de hoje este Projeto com as dúvidas que aqui foram suscitadas. Talvez pudéssemos, para esclarecer essas dúvidas e termos certeza e segurança de que a nossa decisão será consciente e em sintonia com as questões ambientais de Porto Alegre, votar este Projeto na próxima Sessão. Assim, evidentemente, votaríamos com muito mais certeza e não correríamos nenhum risco de que o voto aqui dado não correspondesse à vontade do conjunto de Vereadores, os quais têm como compromisso o crescimento e o desenvolvimento da Cidade. E esse desenvolvimento e crescimento devem acontecer em sintonia com a preservação das questões ambientais. Muito obrigada.

(Não revisto pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para encaminhar a votação do PLE nº 015/04.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, é importante - e os Vereadores que me antecederam não citaram - mostrar as fotos. Ver. Reginaldo Pujol, V. Exª conhece o terreno ali na Rua São Francisco, são menos de duzentos metros quadrados, são 178 metros quadrados. Eu trago aqui as fotos para mostrar. (Mostra as fotos.) O antigo Plano Diretor definiu aquela área como sendo uma área verde, que hoje não é mais, inclusive estando cercada. O terreno fica no meio do quadrilátero entre as Ruas São Francisco, Vicente da Fontoura, Domingos Crescêncio e São Manoel, é lindeiro a um edifício. Portanto, não há área verde ali, as fotos são bem claras. E, quando o Projeto passou pela Comissão de Finanças e Orçamento, nós tivemos o cuidado de pedir vistas, fomos ao local verificar, fomos à Rua São Francisco. Então, não há nada de anormal. O Ver. Beto Moesch coloca, por exemplo, que não passou pela análise da Comissão de Meio Ambiente, mas aquela área só poderia passar, Vereadora, se ela estivesse gravada ainda como área verde, o que não é mais. Então, esse é um detalhe bastante importante, porque o Plano Diretor mudou.

O que aquele edifício lindeiro quer fazer naquela área hoje? Deseja construir uma garagem, só vai ampliar, porque hoje a área não possui nenhuma serventia, uma vez que fica encravada no meio dos demais terrenos. E é só por isso, para regularizar essa área.

O Ver. Beto Moesch é um defensor da questão do meio ambiente, mas tomou uma atitude, no nosso entendimento, intempestiva. Não conhecia - e afirmou que não conhecia - o Projeto, por isso tomou essa atitude. Então, de forma clara, esse Projeto já está tramitando há algum tempo aqui na Casa, e, sem receio nenhum, nós votaremos pela aprovação do Projeto.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Não há mais quem queira encaminhar. Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Isaac Ainhorn, o PLE nº 015/04. (Pausa.) Encerro o painel eletrônico. (Pausa.) Eu o consultei, Ver. Dr. Goulart, e V. Exª disse que havia votado. Eu vou aceitar o seu voto, mas quero registrar que, sempre depois que o painel eletrônico é encerrado, é que V. Exª se lembra de votar. (Após a apuração nominal.) APROVADO por 17 votos SIM, 7 votos NÃO e 2 ABSTENÇÕES.

Atenção, Vereadores, Vereadoras! Eu quero me referir novamente ao PLL nº 103/04, de autoria do Ver. Cláudio Sebenelo, que altera a denominação do logradouro público cadastrado, conhecido como Praça Dr. Quintino Bocaiúva, localizado no bairro Chácara das Pedras, para Praça Dr. Celso Pedro Luft. Eu quero fazer uma declaração, Ver. Sebenelo. Considerando que se trata de um fato jurídico relevante que retira o óbice jurídico que foi apontado na CCJ pela Verª Helena Bonumá, sendo consertado depois, e por ter havido um equívoco no registro dos votos de alguns Vereadores, eu quero declarar nula essa votação, porquanto houve um equívoco da Bancada do Partido dos Trabalhadores, que considerava que não havia sido corrigido aquele problema formal que existia no processo original.

Ver. Cláudio Sebenelo, eu declarei nula a votação. Nós seguiremos a orientação de votação e depois votaremos esse Projeto novamente.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N.º 4241/03 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 263/03, de autoria do Ver. Cláudio Sebenelo, que denomina Rua Triângulo Austral um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Rubem Berta.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Marcelo Danéris: pela rejeição do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Zé Valdir: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relatora Ver.ª Clênia Maranhão: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 31-03-04.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em discussão o PLL nº 263/03.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO (Requerimento): Srª Presidente, eu pediria adiamento da discussão deste Projeto por pelo menos duas Sessões.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Cláudio Sebenelo que solicita adiamento, por duas Sessões, da discussão do PLL nº 263/03. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO pela unanimidade dos presentes.

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N.º 3886/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 164/04, de autoria do Ver. Ervino Besson, que denomina Rua Jandira Pereira Santos um logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro Vila Nova.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Carlos Pestana: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Pedro Américo Leal: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Isaac Ainhorn: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 06-12-04.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em discussão o PLL nº 164/04. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO pela unanimidade dos presentes.

 

(O Ver. Luiz Braz assume a presidência dos trabalhos.)

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N.º 4716/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 110/04, de autoria da Ver.ª Margarete Moraes, que denomina Plenário Ana Terra o Plenarinho da Câmara Municipal de Porto Alegre.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Isaac Ainhorn: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 06-12-04.

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em discussão o PR nº 110/04. (Pausa.) O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Luiz Braz; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, quando da discussão deste Projeto em Pauta - e eu sempre disse que a Pauta é um momento muito importante das nossas Sessões Ordinárias -, eu solicitei à ilustre Presidenta que retirasse o seu Projeto denominando o Plenarinho de Ana Terra.

No dia 1º de maio de 1986, quando pela primeira vez os Vereadores foram acolhidos nesta Casa, aquele Plenário já recebia o nome de Plenário Aloísio Filho. E, se nós passarmos lá, no momento ainda está esse nome. Nós não podemos trocar o nome do Plenarinho, que possui o nome de uma personalidade extraordinária que foi José Aloísio Filho - um exemplo para todos os Vereadores deste País -, por Ana Terra, que é um nome fictício, de um personagem fictício, que não existe, está no romance!

Aloísio foi Presidente desta Casa por dez anos. Aloísio deu a sua vida por esta Cidade, presidiu a Casa, foi Vice-Presidente, Secretário da Mesa, exerceu a Prefeitura dezenas de vezes, chegando a exercê-la duas vezes por dois meses, sempre com uma correção impecável. Que autoridade os Vereadores têm para trocar o nome do Plenarinho, que detém o nome do maior dos seus Vereadores por Ana Terra? Eu não posso entender que isso ocorra na nossa Casa! Eu havia solicitado: “Retire o Projeto, não faça essa troca”; mas não fui ouvido. Lá está a placa Plenário Aloísio Filho, que eu tive o cuidado de fotografar. (Mostra a fotografia.)

O direito consuetudinário diz que, se foi dado o nome... Não sei se há o documento que deu o nome ou não, não sei, não importa, lá está consagrado desde o dia 1º de maio de 1986! Eu tive a honra de assistir à inauguração do Plenário Aloísio Filho e acho que nós não temos o direito de toldar a memória dessa figura extraordinária que, eu insisto, é exemplo para todos aqueles que são Vereadores nesta Casa e também para aqueles que vão assumir. Alguns de nós - como o Ver. Elói Guimarães, o Ver. Wilton Araújo - conviveram com ele, nós sabemos que figura extraordinária era. Penso que não podemos aprovar o Projeto de Resolução.

 

O Sr. Wilton Araújo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Antonio Dib, este Vereador vê isso com muita preocupação. Historicamente esta Casa respeita os seus vultos. De uma hora para a outra, a Câmara se vê colocada perante uma votação que quer tirar o nome de um vulto da Cidade, um vulto desta Casa, que iniciou a construção deste Legislativo tantos anos atrás, por um Projeto talvez infeliz, talvez sem a intenção, queremos crer, de desmerecer o Vereador e Presidente por tantos desta Casa José Aloísio Filho. Nós concordamos por inteiro com a manifestação de V. Exª Se porventura o Projeto vier a Plenário para votação, nós votaremos contra, porque não é possível apagarmos da memória José Aloísio Filho.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Eu ainda dirijo um apelo à nobre Presidenta para que retire o seu Projeto de Resolução. O Ver. Reginaldo Pujol conviveu com Aloísio Filho e pode dizer da honra que esta Casa tem de levar o seu nome numa das suas dependências. Foi um homem que levou a Câmara Municipal para todo o Brasil com o maior respeito. O Ver. Pedro Américo Leal não conviveu com ele como Vereador, mas como Deputado Estadual freqüentou esta Casa lá no 14º andar, muitas e muitas vezes colaborou com ele e sabe que figura extraordinária ele era. Quando deixamos de lembrar figuras como ele e como Loureiro da Silva, as coisas estão para serem encerradas; não há mais o que se fazer, não se valorizam mais os nomes extraordinários que marcaram, na sua passagem, de forma extraordinária, a vida da nossa Cidade. Saúde e PAZ!

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra para discutir o PR nº 110/04.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Exmo Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eis-me aqui na tribuna defendendo o nome de um homem que se foi e que conheci quando autor do Projeto, na Assembléia Legislativa, para a criação de cargos - que V. Exª hoje tem, que a Câmara Federal também tem e que o Senado possui -, os cargos de assessoria. Até 1971, 1972 - o Lauro, o Dr. Lauro Balle me acompanhou nessa jornada -, não existia nada, era o político que vinha à tribuna e nada mais; tinha, quando muito, um secretário em cada Partido. Pois bem, Aloísio Filho teve a coragem de, em 1971, 1972 - não me recordo -, apoiar essa idéia e me trazer à Câmara, como Deputado; eu, que não conhecia Aloísio Filho. E fui aos Gondoleiros, fui a um baile nos Gondoleiros - imaginem -, com a minha esposa, porque era tamanha a humildade desse homem, a naturalidade dele, que me encantou. Vejam os senhores que era um momento revolucionário, que estávamos distanciados dos políticos, e ele, há seis anos Presidente desta Câmara, com muita naturalidade, procurou-me na Assembléia e, sabedor do Projeto que eu pretendia colocar, e que foi triunfante, vinha agradecer e me trouxe à Câmara para inaugurar todas essas promoções que V. Exas., hoje, usufruem e não sabem de quem partiu. Pois bem, foi de mim e de Aloísio Filho.

Como é que poderia votar a substituição do nome desse homem natural, humilde, espontâneo? Era um barbeiro; mas e daí? Tornou-se um Presidente de Câmara! E, de tal maneira, me recebeu e me enlevou, com toda a sua corte - que não tinha nada de bajulante -, para me fazer vir a esta tribuna defendê-lo! Srª Margarete Moraes, eu não concordo! E mais: digo a V. Exas que tenham muito cuidado. Não podem fazer a substituição de nomes assim, de supetão! Os nomes que foram consagrados tiveram razão de sê-lo; não podem ser substituídos. É preciso ter muito cuidado com isso. Eu tinha de vir à tribuna para fazer a defesa desse homem simples, barbeiro, presidente dos Gondoleiros, que fez eu me deslocar para uma festa de noite, tamanho cavalheirismo dele em me tratar, em me encantar, em me trazer à Câmara na época. Como é que posso votar agora contra o velho Aloísio Filho, que eu conheci nesse relance, apenas num relance, numa passagem da minha vida? Não, Srª Presidenta, fico com o nome de Aloísio Filho e não abro mão!

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para discutir o PR nº 110/04.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, quando a Pauta anunciou o Projeto de colocação do nome Ana Terra ao Plenarinho, eu achei a coisa mais linda que podia ser feita. A idéia foi excelente, magnífica, porque é uma homenagem ao símbolo da mulher gaúcha. Com essa simbologia, nós temos de lidar com a simpatia, com o talento e a compreensão, como diz Fernando Pessoa, mas, mais do que tudo, com a graça do nome, do símbolo e da idéia. Eu estava agora batendo um papo com a Ver. Margarete Moraes, e ela estava me dizendo que Aloísio Filho é o nome do Palácio todo - Palácio Aloísio Filho -, é o nome da Casa, o nome de toda estrutura. Este Plenário chama-se Otávio Rocha, e o Plenarinho não tem nome. Então, eu acho que isso tem que ser esclarecido, averiguado. Se houver possibilidade até, poderíamos fazer uma proposta para ser votado na semana que vem este Projeto, desde que isso seja esclarecido, que não exista um nome Aloísio Filho para o Plenarinho. Mesmo que ele tenha um nome tradicional, Aloísio Filho é o nome de toda a Casa, talvez a homenagem maior ao maior Vereador de todos os tempos desta Casa, uma figura não só da Casa, mas da Cidade. Um homem humilde, competente, realizador - essa fantástica figura de Aloísio Filho -, que, de profissão, era barbeiro, de origem dali dos Navegantes, ali na Floresta. E de produção para a Cidade, uma historia magnífica, maravilhosa, que tem de ser intocável.

Esclarecida essa questão, poderíamos votar com tranqüilidade, porque, realmente, se o nome do Plenarinho for Aloísio Filho, creio que é intocável, mas, se for o nome da Casa, Palácio Aloísio Filho, o nome Ana Terra seria indiscutivelmente uma idéia belíssima, uma representação fantástica da heroína de todos nós, imortalizada por Erico Verissimo na sua trilogia. Ana Terra tinha com esta Cidade a fantástica identidade com o vento, ela dizia que nasceu num dia de vento, que seu primeiro amor foi em Sorocaba, num dia de imensa ventania. E “O Tempo e o Vento” é exatamente a consagração e a celebração das características da nossa Cidade e, principalmente, indiscutivelmente, do fornecimento para a sociedade gaúcha, para a sociedade brasileira, de uma das maiores heroínas não só de romance, porque Ana Terra está em cada mulher que nasceu no Rio Grande do Sul, é um nome fantástico. Se não houver o nome de Aloísio Filho no Plenarinho, o local tem de se chamar Ana Terra, porque parece que Aloísio Filho é o nome do Palácio todo, de toda a estrutura, de todo o edifício. Aí então eu acho que a idéia é magnífica e terá o meu voto favorável; mas, se já foi consagrado o Plenarinho com o nome Aloísio Filho, aí realmente nós teremos de voltar atrás. É isso aí.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): A Verª Margarete Moraes está com a palavra para discutir o PR nº 110/04.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Exmo Presidente Luiz Braz, eu confesso que fiquei muito espantada, absolutamente surpresa, com a manifestação do Ver. João Antonio Dib, com a veemência da sua manifestação e também com a manifestação do Ver. Pedro Américo Leal, porque todos nós sabemos que o nome deste Palácio, que esta unidade de arquitetura, este prédio, que é o nome principal da Casa, é denominado Palácio Aloísio Filho. Esta é a maior unidade, é a sede da Câmara de Vereadores em Porto Alegre. Quando as outras salas não tinham denominação, o Plenarinho confundia-se com o nome geral da Casa: Palácio Aloísio Filho. Então essa é a questão. Não há registro, Ver. João Antonio Dib, V. Exª sabe disso, em nenhum lugar da Casa, nem na Biblioteca, nem no Memorial, nem no Arquivo, de que aquela sala tenha nome, portanto não há nenhuma troca de denominação, não há nenhum desmerecimento à figura do Aloísio Filho. E isso é faltar com a verdade, porque aquele espaço lá não tem nome.

O que acontece é que já se confundiu com o nome geral da Casa, e os funcionários desta Casa têm dificuldades quando colocam o local, porque aqui nós temos o Teatro Glênio Peres, o Plenário Otávio Rocha, o Salão Adel Carvalho, o “T” Cultural Tereza Franco. Os Vereadores têm essa prerrogativa de nomear um espaço desta Casa, e é evidente que precisa ser aprovado pela maioria. A cada dia eu assisto a um Projeto de Resolução nesse sentido. Não há nenhum desmerecimento ao grande Ver. Aloísio Filho, a essa grande personalidade política que mantém o nome normal de toda a Casa, que é o espaço maior e mais significativo. Estou nomeando o Plenarinho, que antigamente se confundia com o mesmo nome, aliás, causando até dificuldades. Em se tratando de ruas, é impossível termos duas ruas com o seu nome; não existe essa legislação com relação à questão interna dos espaços, Ver. Pedro Américo Leal. Agora, o maior nome é do Ver. Aloísio Filho, e eu estou propondo, ao contrário de um desmerecimento, uma homenagem a uma grande figura da nossa literatura. No próximo ano, a cidade de Porto Alegre vai comemorar cem anos do nascimento de Erico Verissimo, trata-se de uma personagem da nossa literatura, um símbolo da mulher gaúcha, um símbolo da mulher guerreira, uma das origens da nossa configuração cultural, que é a figura da Ana Terra.

Então, quero que os Vereadores e as Vereadoras compreendam que não é verdade que estejamos trocando o nome, estamos denominando, pela primeira vez, o espaço com uma figura da maior relevância, que tem a ver com a nossa auto-estima, com a identidade do gaúcho e que homenageia, isso sim, Erico Verissimo e a própria Ana Terra, que simboliza todas as mulheres gaúchas. Obrigada.

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PR nº 110/04, por cedência de tempo do Ver. Beto Moesch.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Luiz Braz; Verª. Margarete Moraes; Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, minhas senhoras e meus senhores, esta Casa foi idealizada, projetada, iniciada na Administração Guilherme Socias Villela, sendo Presidente da Câmara Municipal a extraordinária figura de Vereador que foi José Aloísio Filho. E eu não gostei que foi dito que não era verdade que o Plenário tivesse um nome. Toda a atividade desta Casa, que estava inconclusa na Administração Alceu de Deus Collares - e inconclusa continua hoje ainda -, por iniciativa dos Vereadores, que estavam mal localizados no Teatro de Cultura, veio para cá, e, às expensas destes, com participação de entidades privadas, conseguiram fazer funcionar o Plenário que levou o nome de Aloísio Filho. Neste momento, é só ir lá, está lá o nome: Plenário Aloísio Filho. Ali começou a Câmara Municipal, a partir dali foram se ampliando, foram-se buscando recursos. Este Plenário Otávio Rocha foi modificado várias vezes, e aquele continuava resistindo, e lá está ainda resistindo o nome Plenário Aloísio Filho. Nós chamamos de Plenarinho, porque lá na Assembléia também há o Plenarinho, nós pegamos a mesma coisa, mas é Plenário Aloísio Filho. E eu convido qualquer dos Vereadores a ir neste momento ver se não está a placa lá: Plenário Aloísio Filho.

Então, como é que nós teríamos coragem de tirar o nome de uma pessoa que, por todos os títulos, deve ser homenageado? Ainda que o Palácio se chame Aloísio Filho - Palácio Aloísio Filho -, ainda que assim se chame, nada impede que a vontade dos Vereadores, os quais construíram aquele Plenário com os seus próprios recursos juntamente com as entidades privadas, seja mantida. Chama-se Direito Consuetudinário, é Direito da tradição, é o Direito que não se sabe onde começou, o povo diz que era aquilo lá. O povo disse que aquele era o Plenário Aloísio Filho. Agora nós vamos trocar o nome daquele que muitos consideram o maior Vereador que esta Cidade teve pela figura de ficção da trilogia de Erico Verissimo, chamando de Ana Terra. Com que cara nós vamos tirar a placa Plenário Aloísio Filho e colocar a que diz Plenário Ana Terra?

Foi citado que temos Adel Carvalho, excelente Vereador! Glênio Peres, excelente Vereador! Clébio Sória, Tereza Franco...! Mas são pessoas que conviveram conosco, viveram conosco! Mas ninguém pensou em trocar o nome de Aloísio Filho! Ninguém pensou isso! E eu acho que, se nós não cultuarmos as nossas tradições, não respeitarmos o nosso passado, o nosso futuro fica preocupante. Cansei de ver e ouvir pessoas de fora de Porto Alegre, quando chegavam à Câmara de Aloísio Filho, dizerem os maiores elogios pela seriedade, pela responsabilidade, pela dignidade com que ele dirigia esta Casa. E, agora, como nós poderemos tirar o seu nome e colocar outro? Trocar o nome de um homem que tem um passado, que teve uma vida, por um nome de uma figura de ficção, na trilogia de Erico Verissimo?! Até se colocássemos o nome de Erico Verissimo, eu seria capaz de entender! Mas trocar o nome de Aloísio Filho pelo nome de uma figura de ficção é não considerar a função do Vereador, a função do homem que tem de realizar o bem comum, a função do homem que tem de conhecer a sua Cidade, a função do homem que tem de se doar à sua cidade!

Quero dizer à minha ilustre Presidenta que, no primeiro dia de Pauta, me dirigi a ela e pedi que, por favor, retirasse o seu Projeto, porque esse não era uma coisa boa. E ela sabe o quanto eu a aprecio e respeito, mas não posso deixar de dizer que Aloísio merece todas as homenagens que esta Cidade puder lhe prestar. Saúde e PAZ!

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PR nº 110/04.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, este Projeto de Resolução teve uma regular tramitação na Câmara até chegar a este momento, o momento da sua deliberação. Eu relatei a matéria na Comissão de Constituição e Justiça e ofereci Parecer favorável à sua tramitação. Está escrito, na folha 5 do Projeto, uma manifestação, um Parecer prévio da Procuradoria da Casa, que é lavrado pela Dra. Marion Huf Marrone Alimena, que é a Procuradora-Geral da Casa. Esse Parecer diz que não há impedimento jurídico à tramitação da matéria. Eu procurei, no Projeto, examiná-lo e acompanhei a manifestação da Procuradoria, visto que, tecnicamente, a matéria estava rigorosamente bem formulada e não existia nos autos, como não existiu até agora, até o presente momento, qualquer comprovação de que essa área, esse equipamento da Casa já tivesse uma denominação anterior.

Surge agora um debate no sentido de se trocar o nome do Plenarinho. E, de outro lado, há a sustentação de que o Plenarinho não tem uma denominação oficial, que a denominação de José Aloísio Filho pertence ao conjunto da Casa e não tão-somente a essa área que o Projeto de Resolução da Verª Margarete Moraes quer ver denominado. O mérito deste Projeto foi examinado na Comissão que normalmente examina essa matéria, Comissão de Educação, Cultura e Esporte, e lá, também, o Ver. Isaac Ainhorn, como Relator, recomendou a aprovação. Agora nós chegamos diante desse impasse.

Eu tive com o saudoso Aloísio Filho grande convivência durante o primeiro período legislativo que passei na Casa. Durante esse período, antagônicos que éramos, tivemos oportunidade de ter convergências e divergências, havendo um determinado momento em que, atingido em minha honra, fui buscar na via judicial a reparação do que me parecia ser o caminho correto a ser seguido naquela hora. Reconciliei-me, posteriormente, com o Ver. José Aloísio Filho e ajudei a conduzir à ultima morada o seu féretro, cerimônia que ocorreu com toda as pompas que merecia alguém que por tantos anos tinha presidido a Casa.

Quero, com toda a honestidade, dizer que em nenhum momento eu tive a possibilidade de ter a dúvida de que esse local já estava sendo denominado. Quero dizer, e todos sabem, que fui Vereador durante dez anos e que a Câmara funcionava em outro prédio. Quando voltei para a Câmara, esta Casa já estava em funcionamento, Ver. Pedro Américo Leal. A ninguém nunca foi dito, nunca vi nos convites a colocação de que as solenidades que ocorrem no Plenarinho ocorressem no Plenário José Aloísio Filho. Nunca vi. Eu já fiz inúmeras solenidades, já subscrevi inúmeros convites sempre endereçando o Plenarinho da Casa. Então, com toda a lisura, em relação a essa colocação que hoje surge pelo Ver. João Dib, de que nós estaríamos trocando de nome, eu honestamente quero dizer que não tinha essa posição com relação à eventual mudança de nome de algo que, para mim, não era denominado. Inúmeras vezes, consultei os órgãos diretivos da Casa, e eles sempre me disseram que não era denominado e que a forma de identificação era Plenarinho do Palácio José Aloísio Filho, porque sabia eu, desde o momento em que para cá retornei, que o conjunto da Casa, todas as dependências da Casa eram englobadas numa única denominação: Palácio José Aloísio Filho.

Por isso, eu vivo neste momento uma grande ambivalência. Eu sou muito de reconhecer os meus equívocos, os meus erros, não tenho absoluta dificuldade de mudar de posição, de alterar minhas posições, mas não vejo como, no contexto em que me vi colocado, Ver. Sebenelo, com todas as informações da Casa me dizendo que esse local não tinha uma denominação oficial, eu poder... ainda mais lastrado no Parecer da Procuradoria-Geral da Casa, que não vê impedimentos jurídicos na tramitação desta matéria. Não tinha como ver e não tenho como ver. A realidade é que, com relação a esta matéria, nós tínhamos que sobrestar por algum tempo, nós estamos discutindo a matéria, porque nem de leve eu gostaria de ser protagonista de qualquer ato que pudesse macular a imagem do ex-Vereador José Aloísio Filho. Nem tampouco isso vai fazer com que eu me tumultue nas minhas posições, já que, dentro daquilo que está no Projeto, eu não tinha outra posição a tomar. Era isso, Sr. Presidente.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para discutir o PR nº 110/04.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, Ver. Luiz Braz; Srs. Vereadores, eu acho que esta questão é muito clara. Nós estamos, na realidade, criando um impasse e gerando uma polêmica quando, rigorosamente, não há polêmica. Tanto é que, antes das manifestações do Plenário, para não fazerem eventuais ilações de posições minhas, eu já havia me manifestado na Comissão de Educação, Cultura e Esporte, Ver. Juarez Pinheiro, favorável ao Projeto.

Quando examino um projeto, e já se vão 18 anos de mandato, eu trabalho em cima do conteúdo do projeto, eu procuro ver se ele é bom, se interessa à Cidade. Não quero saber se o projeto é do PT, ou do PCdoB, ou do PPS, ou do PMDB, ou do PP, eu examino o projeto em si. Tenho pautado a minha atitude nesse sentido. Agora mesmo, defendi, sustentei e, com toda modéstia, fui voto decisivo para uma área que se tornou polêmica, o Projeto foi aprovado por justos 17 votos. Era um Projeto que exigia maioria absoluta - menos um voto, e o Projeto teria sido rejeitado.

Nós estamos frente a uma questão clara e objetiva. Temos que trabalhar, rigorosamente, Ver. Pedro Américo Leal, com o simples e não complicar o que é simples. Aqui está muito claro: o conjunto do Legislativo Municipal da cidade de Porto Alegre chama-se Palácio Aloísio Filho. O Plenário onde se desenrola o processo legislativo todo, independentemente de onde esteja, é apenas uma questão de consagração, é definitivo. O Plenário do Legislativo da cidade de Porto Alegre, no Edifício Intendente José Montaury, chamava-se Plenário Otávio Rocha. Quis as circunstâncias deste Palácio que leva o nome de Aloísio Filho...o conjunto de todo Legislativo Municipal é um nome maior, é um nome grandioso, de uma das figuras mais extraordinárias da história deste Legislativo. Por aqui já passaram ilustres pessoas, grandes Vereadores, e tivemos a oportunidade de homenagear alguns - alguns já falecidos. Nós sabemos que o acesso de entrada desta Casa chama-se Valneri Antunes, há Resolução nesse sentido. Como este, praticamente, é o Legislativo definitivo da cidade de Porto Alegre, pela grandiosidade, certamente, daqui a 200, 300 anos... Ele se chama Palácio Aloísio Filho. Se tivesse um outro espaço nesta Casa que se chamasse Aloísio Filho, nós deveríamos, Ver. Luiz Braz, fazer a correção. E nada em diminuição ao homenageado, porque ele tem homenagem maior. Se houvesse dupla denominação, o Palácio Aloísio Filho e um Plenário que se chamasse Aloísio Filho, poder-se-ia colocar na Exposição de Motivos o argumento de que era necessário mudar o nome do Plenário que leva o nome de Aloísio Filho, e nada em diminuição, Ver. Juarez Pinheiro. Não há capitis diminutio, como diria um professor de Direito, ao contrário, há uma elevação, Ver. Sebenelo, porque está dando o nome maior.

Há poucos momentos, nós estávamos examinando aqui a denominação de uma rua com o nome de Celso Pedro Luft, figura extraordinária da literatura, da gramática, com projeção nacional, figura que nos deixa saudades. Pois muito bem, o Ver. Sebenelo, no seu Projeto, institui a denominação de uma Praça de Celso Pedro Luft e teve o meu Parecer favorável - até então a Praça se chamava Quintino Bocaiúva. Mas não é a tradicional Quintino Bocaiúva, e nem estaríamos diminuindo o nome do extraordinário abolicionista. Só os escravocratas é que não quereriam homenagear Quintino Bocaiúva. De repente, será que não há algum escravocrata aqui, algum remanescente?

Portanto, Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, essa é uma questão clara. Estamos querendo transformar o simples numa coisa complicada. Se tivesse dois espaços Aloísio Filho, nós diríamos o seguinte: “Nós vamos homenagear o maior com o espaço Aloísio Filho”.

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para discutir o PR nº 110/04, por cedência de tempo do Ver. João Bosco Vaz.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Por exemplo, foi denominada uma rua no Jardim Vila Nova - não me recordo quem foi o autor - de Glênio Peres, na mais justa das homenagens, foi um extraordinário Vereador. Daí o PT, querendo até fazer uma certa provocação - não conseguiu, não levou -, colocou o nome do Largo de Largo Glênio Peres. Alguém poderia sustentar que já existia uma rua com essa denominação e que não poderia haver duas, teria de pedir a revogação da rua. Nós não revogamos a Rua Glênio Peres, que está em Lei, não é dessas que fica porque fica o nome. Há o Largo Glênio Peres, e ninguém sustentou que já havia a denominação Glênio Peres numa rua no Jardim Vila Nova. Ver. Mário Fraga, V. Exª tem que me acudir, pois sabe que lá no Jardim Vila Nova tem uma Rua Glênio Peres. Até tem que corrigir, porque está em flagrante violação à Lei. E aqui, o Largo é maior. A homenagem é maior. Lógico que nós aderimos ao Largo Glênio Peres, e é um nome de peso.

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Guilherme Barbosa.)

 

O SR. ISAAC AINHORN: Auxilia-me o Ver. Guilherme Barbosa, que Glênio Peres era um homem de esquerda. Realmente, é que esse negócio de esquerda aí, para o atual Governo Federal, até está em desuso, isso não é mais moderno - isso não é mais moderno! Não é assim, Ver. Cláudio Sebenelo? Não é mais moderno ser de esquerda! Está aí o nosso Palocci pontificando na linha do neoliberalismo, está aí hoje o PCdoB sustentando a política neoliberal que faz o nosso saudoso João Amazonas, muitas vezes, se remexer no túmulo, mesmo tendo sido materialista.

Pois, então, eu quero dizer que não devemos complicar o simples, o Plenário se chamar Ana Terra é uma prerrogativa, não há denominação. E, se há denominação, ela está equivocada, porque nós vamos ficar com a maior, que é o Palácio Aloísio Filho. Se a placa está lá colocada, está mal colocada! O próprio que colocou a placa lá se equivocou. O próprio que colocou a placa lá se equivocou! E esse negócio de põe placa, tira a placa, derruba estátua, tira estátua há gente que conhece bem isso; nos períodos da violência e do autoritarismo, é muito comum, seja de esquerda ou seja de direita: tira busto, bota busto. Portanto, nós vamos ficar com o simples, e o simples é indicar que a Verª Margarete Moraes teve a iniciativa de primeiro homenagear uma mulher, uma mulher anônima, porque Ana Terra é um símbolo, certamente aqui todos já leram os volumes inteiros de “O Tempo e o Vento”, essa obra cíclica, extraordinária. Quem não leu, eu recomendo que leia; quem não leu, que leia novamente as passagens extraordinárias, sobretudo a parte primeira, essa é definitiva, a parte dos primeiros volumes, que correspondem ao Continente. É uma recomendação que este humilde Vereador da cidade de Porto Alegre, ao final desta Legislatura, deixa como uma mensagem de leitura. É assim que nós sustentamos favoravelmente, é uma homenagem extraordinária a uma mulher anônima, figura de um romance que se transformou em símbolo da luta e do espírito guerreiro das “Anitas” que existem no Rio Grande. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para discutir o PR nº 110/04.

 

O SR. RAUL CARRION: Exmo Ver. Luiz Braz, que preside a Sessão neste momento, demais Vereadores e Vereadoras, eu falarei muito rápido, mas não poderia a Bancada do PCdoB deixar de se manifestar. Quero lembrar que na Pauta nós usamos a palavra, apoiamos este Projeto, parabenizamos a Verª Margarete Moraes. E eu queria dar rápidos argumentos, Ver. João Antonio Dib, tentando, ainda, convencê-lo.

Primeiro: não existe denominação oficial do Plenarinho. Segundo: a Câmara, no seu todo, tem o nome de Aloísio Filho, maior homenagem do que essa não existe. Denominar o Plenarinho de Aloísio Filho seria até uma redundância de menor alcance. Terceiro: V. Exª coloca o problema de que nós, em vez de darmos o nome de um cidadão, de uma cidadã real, daríamos o nome a uma figura de ficção. O problema, Ver. João Antonio Dib, é que, muitas vezes, as figuras de ficção da literatura representam um coletivo, elas são mais do que o indivíduo, elas representam, neste caso, a fibra, a capacidade de luta, o desprendimento da mulher gaúcha. E vou lhe dar um exemplo, Ver. João Antonio Dib. Como se chama o principal salão do Palácio Piratini? Chama-se Salão Negrinho do Pastoreio, também uma figura de ficção, não é um cidadão concreto, mas significa todos aqueles oprimidos pelo latifúndio, os negros oprimidos por uma sociedade racista. Então, neste momento, Verª Margarete Moraes, assim como o Salão Negrinho do Pastoreio, através de uma figura de ficção, homenageiam-se os oprimidos e os explorados deste Estado. Da mesma forma, Ana Terra homenageia, nessa denominação, as mulheres de fibra, de luta, de raça, que são as mulheres gaúchas, que são, também, as mulheres brasileiras. Por isso, o PCdoB encaminha e votará favoravelmente. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Encerrada a discussão. Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Cláudio Sebenelo, o PR nº 110/04. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 11 votos SIM, 7 votos NÃO e 1 ABSTENÇÃO.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Eu solicitaria a relação dos votos.

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Pois não. O Ver. João Dib solicita que seja dada a relação dos votos, para que possa tê-la presente nos seus documentos.

 

(A Verª Margarete Moraes reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. LUIZ BRAZ (Requerimento): Srª Presidente, eu solicito que seja feita uma verificação de quórum.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Acolho o Requerimento. Solicito a abertura do painel eletrônico para verificação de quórum. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) Registro a presença de seis Vereadores. Não há quórum, portanto estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h58min.)

 

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